quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Despertar de um povo na invasão da aldeia Maracanã

 Por Dauá Puri, Rio de Janeiro

Sábado, dia 12 de Janeiro de 2013, nós, moradores da aldeia Maracanã, fomos acordados com a presença de duas patrulhas da PM. Seu representante se dirigiu a nossa portaria e pediu a presença de um representante indígena para comunicar a sua presença no local. Reunimos um grupo de indígenas e fomos falar com a PM que nos comunicou que estavam ali para uma operação de entrada no território indígena e que estavam aguardando um mandado de segurança para que efetivassem a operação.

      Comunicados, os indígenas retornaram e convocaram a presença no local da imprensa e apoiadores, fato que, às 11 h, gerou uma grande mobilização social com a presença do Ministério Público Federal que ao chegar passou a fazer a interlocução com as autoridades e os meios de comunicação nacional e internacional. Estavam presentes também o Vereador do PSOL Renato 5, Deputado Marcelo Freixo, Deputada Janira Rocha, Vereador Bombeiro Francisco Silva, representações sindicais dos Petroleiros, Educação, Sindsprev, Comitê “MARACA É NOSSO”, Escola Friendenheich, Fist, Caema, Renato Marteleto, Rio 40 Caos das feiras orgânicas, além de artistas, músicos e estudantes.

      Com esse volume de pessoas chegando os policias pediram reforço e colocaram a tropa de choque à frente do portão impedindo a entrada das pessoas, foi aí que o movimento de resistência resolveu criar uma barricada frente ao portão. A partir desse momento, os ânimos ficaram acirrados internamente até o momento que o Procurador Federal esclareceu aos indígenas sobre a questão
da legalidade da ação policial. Que nesse momento os indígenas estavam na legalidade, pois estavam no seu território enquanto os policias aguardavam o mandado, mas que a partir do momento que este chegasse os indígenas estariam na ilegalidade orientando as lideranças que não provocassem os policiais para que não houvesse violência. Após essa conversa os indígenas se reuniram e decidiram, em caso da entrada dos policias, não reagir à força respeitando as leis. Foi quando houve uma desmobilização de qualquer elemento físico que pudesse precipitar atos de provocação aos policiais da tropa de choque. Fomos informados que os policiais estavam sem identificação de nome. Um dos motivos que causou grande apreensão na população, pois eles estariam dispostos a entrar a qualquer momento no local. Finda a tarde o mandado não chegou e eles só retiraram os aparatos policias às 19:30 h. 

      Para nós indígenas, tudo isso foi uma surpresa, principalmente o apoio que recebemos da população, do ato de solidariedade à causa indígena, nunca visto nesta cidade, pois estamos há seis anos desenvolvendo atividades culturais no local, recebendo escolas, estudantes, pesquisadores, professores e fazendo visitas culturais. Estamos tentando falar com os governantes para levarmos as nossas propostas de desenvolvermos ali no prédio um Centro de Referencia da Cultura dos Povos Indígenas e uma faculdade para formar nosso povo, mas nunca conseguimos agendar uma audiência e de uma forma arbitrária o governo quer destruir um patrimônio que é dos povos indígenas e de toda sociedade carioca, brasileira e mundial.

      Continuamos em vigília permanente. Estamos bem. Acabamos de receber a presença dos Caciques Guarany Kaioá. Continuem divulgando nosso “estado de alerta” e se possível venham estar conosco.
Arquivo Pessoal


sábado, 24 de novembro de 2012

I Seminário de estudos do NEAB/UFV





Programação do evento:

SEXTA-FEIRA - 30 DE NOVEMBRO
Local: AUDITÓRIO 1 DO PVB

09:00 às 12:00 - Cine-Debate: "Desigualdades Raciais e Políticas Públicas" .
Coordeandor: Rodrigo Fernandes

12:30 às 14:00 – Atividade Cultural: N.E.R.D(Som das ruas ) na Estaçãozinha da BBT

15: 30 às 16:00- Mesa de Abertura
16:00 às 18:00 - Mesa Redonda: Diálogos entre Raça e Classe no contexto das Ações Afirmativas
Cézar Demari - DPE/UFV
Daniela Rezende - CIS/UFV
Kassandra Muniz - LET/UFOP

18:00 às 19:00 - Intervalo para o jantar

19:00 às 20:00 - Roda de Conversa: Negras e Negras nas Universidades: ocupando espaços, construindo narrativas
20:30: Café com Prosa

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SÁBADO – 1º DE DEZEMBRO

Local: Biblioteca Central - BBT
09:00 às 12:00 - Minicurso 1: Literatura Feminina Afrobrasileira
Ministrante: Francy Silva
- Mestranda em Estudos Literários pelo Departamento de Letras e Artes da UFV
- Membro do NEAB

14:00 às 17:00 - Minicurso 2: Corpo, Memória e Resistência
Ministrante: Jaqueline Cardoso
- Professora do Departamento de Educação Física da UFV
- Coordenadora do grupo GENGIBRE e do NEAB
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INSCRIÇÕES

DATA: 29 DE NOVEMBRO - 5ª FEIRA
LOCAL BARZINHO DO DCE
HORÁRIO: DAS 12h AS 14h

DATA: 30 DE NOVEMBRO - 6ª FEIRA
LOCAL: Hall do PVB
HORÁRIO: DAS 08h ÀS 10h

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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Ato público: Mobilização contra o genocídio do povo Guarani-Kaiowá.

Essa semana o Grupo de Estudos Indígenas de Viçosa, com apoio do Observatório dos Movimentos Sociais, Diretório Central dos Estudantes-DCE e Departamento de Ciências Sociais, realizam o ato público contra o genocídio do povo Guarani-Kaiowá.

O ato será na sexta-feira, dia 9 de novembro, dia de mobilização nacional. A partir das 15 horas nos encontraremos no Barzinho do DCE, onde vai acontecer oficina de stencil e de cartazes, exposição de fotos e vídeos e debate sobre o assunto. Para quem quiser fazer sua camisa para o ato, é só levar uma camisa sem estampa que vamos pintar na hora.

Nesta quinta-feira, dia 08, haverá uma reunião para os preparativos finais as 14 horas na Casa dos Movimentos Sociais na Vila Gianetti.

Quem puder nos ajude na divulgação!!!
Contamos com a sua presença.


Atividades sobre plantas medicinais no Acampamento Dênis Gonçalves e Assentamento Olga Benário – MST

Os grupos de mulheres do acampamento Dênis Gonçalves e do assentamento Olga Benário tem desenvolvido atividades para o estudo com as plantas medicinais e os fitoterápicos.

Essas atividades se iniciaram a partir da parceria do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra junto ao grupo Entre Folhas da Universidade Federal de Viçosa que contribui na realização das atividades, assim como no debate sobre as plantas medicinais e os fitoterápicos.

Nas oficinas é discutido o uso, manuseio e preparo de xaropes e chás, assim como beneficio do uso das ervas naturais, e o cuidados necessário. Fora feito também na área do acampamento uma horta de plantas medicinas coletiva, no qual todos acampados e acampadas usufruem.

Desta parceria culminou o curso de plantas medicinas e terapias naturais que começou no mês de outubro no acampamento Dênis Gonçalves e contará com a participação das mulheres assentadas também.

Deve-se ressaltar a importância da conquista deste curso junto ao Entre Folhas, pois é de suma importância o resgate dos conhecimentos tradicionais e dos fitoterápicos.







quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Movimentos realizam Assembléia Popular contra o mineroduto da FERROUS



Cerca de 100 pessoas participaram da Assembléia Popular: impactos do Mineroduto da Ferrous em Paula Cândido e Região realizada no último sábado (20) pelas entidades integrantes da Campanha pelas Águas e contra o mineroduto da Ferrous. O objetivo foi reunir a população da cidade e de outras regiões atingidas para discutir os impactos sociais e ambientais do empreendimento e pensar alternativas de resistência.

Na abertura Luiz Paulo, estudante de biologia na UFV, membro da Entidade Nacional dos Estudantes de Biologia (ENEBIO) e atingido direto pelo mineroduto, apresentou uma extensa lista de direitos humanos que estão sendo violados pela empresa. Durante a explanação, os participantes reforçaram a forma desrespeitosa como a Ferrous vem agindo na região. Luiz Paulo também apresentou fotos das comunidades que serão atingidas na zona rural de Paula Cândido, além de imagens de outros minerodutos que já operam em Minas Gerais, como o da mineradora Vale em Mariana.

Letícia Faria, membro da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) salientou que o modelo de desenvolvimento ao qual o mineroduto faz parte, não tem nada a oferecer ao povo. “O mineroduto é um projeto dos capitalistas que querem roubar nossos minérios e, junto com nossas águas, atropelar tudo o que tiver em seu caminho, sejam nossas matas, nascentes, plantações, casas, toda a nossa historia, para um único objetivo: o lucro de uma empresa multinacional”, declarou. Ela apontou ainda que o projeto mantém o país com uma economia com aspectos coloniais, baseada na exportação de matérias primas, deixando toda a destruição social e ambiental para o povo brasileiro.

PARTICIPAÇÃO POPULAR

Após a abertura do debate, Dona Carmelita, agricultora atingida pelo mineroduto na comunidade do Morro do Jacá, colocou como a empresa é desrespeitosa no trato com os atingidos: “A moça foi lá em casa e falou que iria priorizar a minha casa, que em compensação ia ter que pegar o meu bananal, meu pé de laranja, manga, todas minhas plantas. Eu virei para ela, com todo respeito claro, e perguntei se ela achava que as plantas tinham ido parar ali por acaso. Ora! Foram anos de suor, de trabalho para eu conquistar meu pedaço de terra e ter meu pé de laranja, vocês estão achando que eu vou abrir mão assim deles? De jeito nenhum! Não vai ser fácil passar por aqui não!”, desabafou.

Glauco Rodrigues, defensor público da Comarca de Viçosa, que também abrange Paula Cândido, colocou a defensoria a disposição dos atingidos que não tem recursos para garantir uma assessoria jurídica particular. “A defensoria se coloca a disposição para garantir os direitos dos proprietários. Se vocês estiverem satisfeitos, tudo bem, o direito é seu. Mas se acharem que estão sendo injustiçados, ainda dá tempo e é nosso dever brigar pela garantia dos direitos” afirmou. 

Everaldo, vereador em Paula Cândido, disse ter ficado sensibilizado com os depoimentos e que não sabia do que estava acontecendo no município. “A Câmara Municipal de Paula Cândido desconhece tudo isto que foi apresentado aqui. Não sabemos desta forma violenta que empresa vem agindo com as famílias, nem dos impactos ambientais em nossas águas. O que a Câmara tem conhecimento é baseado nos relatórios e visitas da Ferrous, e que pelo o que ela apresenta está tudo bem, e as pessoas estão todas satisfeitas. Mas com os depoimentos aqui colocados, vejo que a empresa está passando o poder público para trás” afirmou.

O Professor Idelmino, membro da Campanha Pelas Águas e Contra o Mineroduto da Ferrous, relatou como a empresa tentou coibi-lo de continuar na organização. “A Ferrous tem medo da nossa organização, estamos conseguindo passar a informação do que de fato é o mineroduto, e não da forma como ela quer que interpretamos. Eles chegaram a ligar no número da minha esposa perguntando o que eu queria com a movimentação e eu fui bem claro na resposta. Em Viçosa, sou morador do bairro Santa Clara, região que sofre constantemente com o desabastecimento de água nas épocas de estiagem, o que eu estou fazendo participando ativamente da Campanha Pelas Águas nada mais é que lutar pela defesa do que há de mais importante para nossa sobrevivência, a água é nosso bem mais importante, temos que defende-la” afirmou.

A Assembléia teve boa participação, tanto de moradores de Paula Cândido quanto de outros municípios atingidos e solidários a luta dos trabalhadores, como Acaiaca, Muriaé, Viçosa e Conselheiro Lafaiete.

A ampla discussão dos problemas do mineroduto, a Assembléia Popular deliberou pela continuidade da Campanha Pelas Águas e Contra o Mineroduto da Ferrous e por reforçar a pressão sobre os órgãos públicos, a começar pela Câmara de Vereadores ao qual o vereador Everaldo prometeu colocar em pauta ainda esta semana na reunião. Foi encaminhada uma Ação Coletiva de Paula Cândido contra a passagem do mineroduto e a solicitação de estudos para averiguar os impactos nos recursos hídricos do município.

Também foi decidido pela difusão dos resultados da atividade e continuar na tentativa de sensibilizar mais pessoas sobre os impactos do empreendimento na região. A Assembléia Popular foi encerrada com grande animação puxada pela batucada do Levante Popular da Juventude e acompanhada pela partilha de um prato chamado pelos organizadores de “sopão fora Ferrous”. 


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

DCE da UFV comemora 40 anos de reativação após período de repressão.

O Diretório Central dos/as Estudantes da UFV comemorou no dia 10 de agosto de 2012, 40 anos de restauração da autonomia estudantil na direção da entidade. O DCE existe há 78 anos, entretanto em um período da ditadura a presidência não era exercida pelos/as Estudantes. Esses 40 anos de histórias e conquistas serão relembrados pela gestão atual ao longo de uma programação comemorativa.
Entre 19 e 25 de outubro serão realizadas exposições de documentos e fotos, oficinas, roda de conversa com ex-membros, espaço com parceiros, plenária e cultural.
Os espaços serão abertos e acontecerão em uma tenda próxima a Sede Cultural do DCE (mais conhecida como “barzinho DCE”).

O DCE convida toda comunidade da UFV e de Viçosa a participar dessa comemoração!

Programação Completa:

Exposições

De 18 à 25 de outubro
Exposição de fotos - DCE barzinho
Exposição de documentos – Estação Cultural

Roda de Conversa

19 de outubro às 19hrs
Reconstrução da história do DCE – Tenda 40 anos

Parceiros

20 de outubro às 9hrs
Atividade com parceiros/análise de conjuntura do ME – Tenda 40 anos

Feira de Trocas

20 de outubro ao 12hrs
Feira de Trocas – Barzinho DCE
*Participe trocando produtos



Plenária

20 de outubro às 14hrs
Rumos e perspectivas para o DCE – Tenda 40 anos

Cultural

20 de outubro a partir das 19hrs
NVRap – Barzinho DCE

E atenção!
Essa semana também está acontecendo coletas de assinaturas para o Movimento saúde +10 em apoio ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular que assegure o repasse efetivo e integral de 10% das receitas correntes brutas da União para a saúde pública brasileira. Haverá coleta de assinaturas nos dias 17, 18 e 19 de outubro, no Espaço Fernando Sabino, no campus da Universidade Federal de Viçosa/MG, durante intervalos da I Semana Acadêmica do Curso de Medicina-UFV. Para assinar é necessário título de eleitor. Abaixo, os horários.

17/10: das 13h às 14h; das 16h às 17h; das 19h45 às 20h15.
18/10: das 19h45 às 20h15.
19/10: das 19h15 às 20h15.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Encontro Regional Sem Terrinha acontece esse fim de semana.


Nos dias 13 e 14 de outubro acontecerá o Encontro Regional Sem Terrinha no acampamento Dênis Gonçalves. Desde 1994, os Encontros Sem Terrinha têm sido um espaço extremamente educativo, onde as crianças se envolvem desde a preparação até a sua realização. Em Minas Gerais, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, realizou quatro encontros estaduais dos Sem Terrinhas e diversos encontros Regionais e atividades locais. 



A jornada Sem Terrinha tem acumulado em torno da socialização de experiências culturais das crianças, na valorização a organização das crianças nos acampamentos, assentamentos e no fortalecimento da identidade Sem-Terra.

A jornada mantém o tema: " Por escola, Terra e Dignidade". A luta por escola é uma necessidade permanente dado que muitas escolas estão sendo fechadas no campo. Muitos de nossos assentamentos não têm escolas e os que têm, a infraestrutura é precária e atendem somente os alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental.